Os homens são bastante menos propensos a prevenir e a ter diagnóstico deste tipo de distúrbios atempadamente, em comparação com as mulheres. Tal atitude pode ser interpretada de diversas formas. Por exemplo, porque possuem um aparelho reprodutor mais simples e menos sujeito a patologias, o que os leva a submeterem-se a menos consultas de rotina, como fazem as mulheres desde jovens.
O aparelho reprodutor masculino não causa as mesmas consequências no corpo como o feminino, que é acompanhado de distúrbios cíclicos e distintos, com fases bem definidas. Além disso, o facto de conservar a capacidade de procriar durante a vida inteira, faz com que os homens se sintam “eternamente jovens”, ao contrário das mulheres, que precisam de ir ao médico com uma certa frequência, devido aos distúrbios ligados à menopausa.
Em geral, as mulheres costumam ter uma maior consciência de que estão a envelhecer. A perceção da senilidade como um evento que quase não os atinge, a não ser numa fase muito avançada da vida, leva ao afastamento de preocupações com distúrbios que possam, de alguma forma, estar “ligados à idade”, como distúrbios urinários relacionados com o aumento da próstata. Por conseguinte, manifestam um comportamento menos protetor em relação à própria saúde, o que pode ter consequências significativas. Em particular se a parceira for muito mais nova, ou se a relação ainda for recente, os homens tendem a ignorar ou negligenciar o surgimento de sintomas, porque o contrário implicaria admitir que algo está errado com eles... A repetição de tais atitudes pode vir a custar caro, uma vez que o aumento da próstata, apesar de se tratar de uma patologia benigna, tem uma evolução progressiva, e não regride...
A consequência é que a falta de cuidado no presente, com substâncias naturais e sem contraindicações, pode ser sinónimo de ter de recorrer no futuro a fármacos que podem causar efeitos indesejados, e que afetam a qualidade de vida, por exemplo no que diz respeito à vida sexual.
No que toca à saúde, as mulheres procuram e encontram soluções, até para os seus parceiros. Isto porque estão habituadas a cuidar do próprio corpo e a dar-lhe atenção, mas também porque, desde jovens, mantêm uma relação de confiança com o seu ginecologista. Além disso, o sexo feminino costuma preocupar-se mais em ter um estilo de vida saudável, podendo ser considerado um ótimo exemplo a seguir! Com frequência são elas a procurar e a encontrar soluções para si próprias, o parceiro e o resto da família.
“O meu marido levantava-se constantemente à noite para ir à casa de banho. Tinha-se tornado muito nervoso, não falava sobre o assunto e já não tínhamos relações. Apercebi-me de que algo não estava certo…. Pensei que talvez já não se sentisse atraído por mim. Um dia fui a um médico conhecido e expus a situação. O médico disse que o meu marido poderia ter distúrbios relacionados com o aumento da próstata e aconselhou-me a marcar-lhe uma consulta. Quando falei do assunto ao meu marido, ele ficou aborrecido e pediu-me para não me meter na vida dele. Num primeiro momento, fiquei calada. Mas no dia seguinte fui à farmácia e o farmacêutico deu-me o extrato de Serenoa repens. Sem dizer nada, juntei o suplemento à comida... ele começou a tomá-lo e a nossa vida voltou ao normal... Ele quer sempre ter a última palavra!”.
Fontes:
Martorana G, Mirone V, Ageing male in urologia. 2006
Roehrborn CG, Reducing the risk of benign prostatic hyperlasia progression. Reviews in Urology 2002, 4, 5,S29-S38
Rosen RC et al. Ejaculatory dysfunction in men with lower urinary tract symptoms suggestive of benign prostatic hyperplasia. BJU Int 2009, 104(7):974-83
Djavan B. et al. Progression delay in men with mod symptoms of bladder outlet obstruction: a comparative study of phytotherapy and watchful waiting. World J Urol, 2005, 23(4):253-6