Como todos os distúrbios crónicos, os distúrbios urinários designados LUTS (“Lower Urinary Tract Symptoms”) diminuem a qualidade de vida. Tal acontece porque cada distúrbio físico é sempre acompanhado de um desconforto psicológico, juntamente com um nível de perceção que pode variar de um indivíduo para o outro.
Algumas pesquisas clínicas demonstraram que os sintomas urinários considerados mais importunos são a urgência em urinar e o gotejamento posterior à micção. É fácil imaginar porquê. Se alguém estiver de viagem com amigos, poderá sentir-se desconfortável perante a necessidade frequente de ir ao WC e o facto de ter de se ausentar durante períodos de tempo prolongados; tal circunstância faz com que algumas pessoas evitem viagens de longa duração, como viagens com meios de transporte sem acesso ao WC (por exemplo, camionetas e autocarros). Acresce assim ao próprio distúrbio um profundo desconforto e o sentimento de vergonha, em relação aos colegas, amigos ou ao parceiro.
A noctúria (necessidade de urinar à noite) comporta sonolência e fadiga diurnas, bem como dificuldade de concentração e falta de memória, o que pode ter um impacto negativo no desempenho profissional. Além disso, pode haver um desconforto relacionado com o facto de o doente não querer acordar repetidamente o parceiro.
A qualidade de vida de uma pessoa está intrinsecamente relacionada com duas dimensões principais:
Um homem de meia-idade que peça frequentemente para ir ao WC é facilmente associado a problemas da próstata, que, no imaginário coletivo, são vistos como sinal de envelhecimento.
A perceção de si próprio como homem em processo de envelhecimento é difícil de aceitar, e leva muitos homens a negligenciar a ocorrência de sintomas. Infelizmente, tal atitude pode ser muito prejudicial, uma vez que a sintomatologia vai ficando cada vez mais difícil de controlar à medida que a patologia vai progredindo.
Fontes